2+2=5

domingo, 9 de outubro de 2016

Escrevi esse texto em 2010, ou quase isso.
Voltei a lê-lo e parece equivocadíssimo em muitos sentidos.
Mas quis manter ele assim e postar, é um bom comparativo com a Sissa de 6 anos atrás para a Sissa de agora, ou quase isso.


O ex que virou gay
O terror da mulher do novo século mudou. Não é mais “ficar para titia”, hoje ser tia pode ser proveitoso e divertido. O que assombra as mulheres modernas é a homossexualidade. Não, não é o medo de se tornar lésbica. Graças à queima de sutiãs, a conquista do voto e porque não dizer, o “Like a Virgin” da Madonna, mulheres exploram sua sexualidade de uma maneira explicita sem dever nada a ninguém, só a igreja católica, mais isso tudo bem. A homossexualidade que eu falo é em relação aos homens. Não é a concorrência entre os sexos de quem pega o bofe mais bonito ou quem fica mais bonito(a) de sombra azul, os gays são os melhores amigos das mulheres, os únicos que dizem com sinceridade se a escova progressiva ficou boa ou não. O novo terror feminino é o ex que se tornou gay. Aquele cara que você saiu uma vez, viveu um pequeno romance, namorou com alguns anos ou até foi casada, não importa o grau de envolvimento, para uma mulher descobrir que aquele cara, aquele que ela nunca desconfiou, aquele que fazia piadas com os gays, aquele que não sabia distinguir a cor da blusa que ela usava, aquele, sim AQUELE, virou gay. A primeira pergunta que vem na cabeça é “como?”, a explicação vem logo, ele devia tá bêbado e acabou beijando um homem, tudo bem, quem nunca bebeu demais e fez uma besteira? Mas a segunda pergunta é a mais difícil de responder “por que ele continuou pegando homem?” Sim, porque ele poderia ter parado nunca mais falar no assunto, mais não, ele assumiu e agora pega homem. O que fazer diante disso? Piada é claro. Você fingi para seus amigos que tudo bem, era de esperar mesmo, hoje em dia não dá pra por a mão no fogo por ninguém mesmo, brinca, fala que vai emprestar aquela sandália vermelha de salto alto, ri e bebe. Mais quando você fica sozinha relembra todos os momentos que passou com ele, tenta lembrar-se de algum indício, alguma coisa que deixou passar.
A mulher do novo século tão inteligente e independente tenta achar respostas do tipo, “tudo bem a vida é dele, ele faz o que quiser.” A mais indignada responde com “sempre desconfiei, que se divirta aquele viado”. Tem aquelas que tentam ser queridas e dizem de uma maneira firme, tentando convencer elas mesmas “ah, o importante é ele ser feliz”. Seja por explicação genética, cultural ou até religiosa, nada explica isso, nem o próprio ex que virou gay consegue explicar. Para mulher do novo século a luta não é para arrumar marido, um homem, apenas essas denominações não servem mais. A nova busca da mulher moderna é um hétero, cuidado mulheres, é uma espécie em extinção.


sábado, 9 de abril de 2016

O Último.


Toda vez que eu te vejo, sempre parece ser a última vez. O último beijo. O último abraço. O seu último olhar de afeto ao olhar meu rosto. Toda vez que eu te vejo, vou preparada para dizer adeus. Mas o adeus não vem, vem o beijo, o abraço, o olhar e o afeto. Se já estou preparada para uma despedida, quando ela finalmente chegar, como vou enfrentar? Não é o adeus que me desespera, é a certeza do nunca mais. Nunca mais os beijos, nunca mais o abraço, nunca mais o olhar, nunca mais o afeto. Nunca mais você.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Interesses.

- Ei você não respondeu minhas mensagens.
- Ah oi, é, pois é, não respondi mesmo.
- E…. Por que?
- Bom é que você não parecia muito interessado.
- Como assim? Se eu tava te mandando mensagem era porque eu tava interessado.
- Hum… não concordo, tá calma, não acho que seja só você, é que o ser humano tem dessas, dê as vezes fingir interesse quando na verdade não tá, ou não tem, enfim...
- E você é tipo expert nisso?
- Expert? Expert não...
- Bom, então a nossa cerveja já era?
- Podemos tomar a cerveja sim.
- Tá, então tá, pelo menos sei que você não está fingindo interesse….
- E quem disse que não??

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Doce Juventude.

Estava deitado usando apenas a calça do pijama, encostado na cabeceira da cama, lendo uma das revistas que ele assinava com a data da edição do mês passado, “que droga”, pensa ele, " não sei porque assino tantas revistas se não tenho tempo de ler todas elas … ". Maria Lúcia está no banheiro, com a porta aberta, tirando a maquiagem e passando os 3 cremes noturnos necessários para garantir a ela uma velhice sem marcas. Ela desliga a luz do banheiro e vai caminhando em direção da cama segurando uma revista.
Antônio vamos assistir essa peça de teatro essa semana? Fiquei super interessada …
Joga uma revista ao lado dele. Ele se desfazendo da revista que lia, pega a revista ao lado, olha a foto e pará alguns segundos, seu cérebro acompanhado de sua memória trabalhando juntos, tentando lembrar de onde conheciam o rosto que estampava uma foto da revista. O rosto da mulher sorridente parecia familiar…E a memória veio, várias cenas passaram em sua cabeça, aquele rosto que ele conheceu mais novo, sem tantas linhas de expressão, com um sorriso mais doce da juventude. Aquele era o rosto de Camila. Veio o som da risada dela em seus ouvidos e um leve cheiro de lavanda. Eles se conheceram na faculdade, ele terminando engenharia elétrica, ela no começo do curso de comunicação. Se conheceram de verdade em uma festa, ele não sabia o que tava fazendo ali, não gostava das pessoas da festa, estava pensando em ir embora, quando Camila cruza o seu caminho, faz piada sobre seu “jeito de engenheiro”, oferece uma bebida e depois, um beijo. Ele não conseguia entender muito sobre ela, ela normalmente não parava de falar, gesticulava demais e ainda para piorar, fazia teatro. Mas era extremamente divertida, com ela tudo era fácil, tudo era descomplicado. Ficaram juntos algumas semanas, logo depois veio a confirmação do seu intercâmbio. Um ano em Berlim. O ano que mudou a vida dele. Voltou mais solto, menos careta, com “menos jeito de engenheiro”. Reencontrou Camila, ela continuava com o mesmo riso solto. Ficaram mais vezes, até que aquele momento chegou. Pararam em um motel barato no centro da cidade, os dois bêbados, os dois sem saber o que fazer. Ele nervoso com medo de não conseguir, ela se esforçando para ser agradável. Foi rápido e bom. Ele acordou de manhã, alertando ela que precisava ir embora, ela não quis ir, “vá você”, disse ela sem realmente parecer se importar. Ele foi, deixando ela. Nunca mais voltaram a se falar depois disso, ele por vergonha pôr a ter deixado, ela com vergonha por ter deixado ele a deixá-la. O tempo passou e ele foi se esquecendo do sorriso dela, do seu cheiro de lavanda, conhecendo outras mulheres, outros cheiros, até que anos mais tarde conheceu Maria Lúcia, advogada, mais velha que sorria, mas não tão solto assim.
- Antônio? EI ANTÔNIO ??? Se não quiser ver a peça, ok vou com a Júlia, mas seria bom um pouco de cultura nessa sua vida, tem trabalhado demais.
Han.. A peça? Quando vai ser? Sábado? Não, não vou poder, já marquei de encontrar o Mário e o pessoal, mas vai com a Júlia sim, deve ser uma boa peça, tem um bom elenco pelo que posso ver na foto…
- Ok, ok, você que sabe, boa noite, não fique lendo até tarde…
Maria Lúcia lhe dá um beijo e se vira para dormir.

Ele continua com a revista na mão, observando a foto. A coloca no criado-mudo, desliga a luz e sorri para o escuro, sentindo um leve perfume de lavanda da sua juventude.

domingo, 12 de abril de 2015

Ainda.


Eu sinto falta de passar meu dedo indicador e meu polegar na sua testa.
Se lembra?
, eu descia a mão pelo o seu cabelo, vinha pela sua testa e terminava o movimento nos seus lábios.
Me sentia a pessoa mais carinhosa do mundo fazendo isso.

Você sorria, mesmo que fosse só com os olhos


Eu lembro.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Nós dois.



Esquece as pessoas que dizem mal
Esquece os ex-namoros, ex-túpides, ex-cudos, ex-amores, ex-emplos, ex-quecimentos
Esquece o frio
Esquece o pouco tempo, o pouco humor
Esquece o presente e principalmente o futuro
Lembre de nós dois
Os dois
É isso que eu te peço.

domingo, 9 de março de 2014

Um mês.

- Mas e aí, com quantas você transou no tempo que a gente ficou separados?
- Transar... Com nenhuma...
- Duvido!
- Não, não transei, apenas fiquei...
- Com quantas?
- Uma.
-Uma?
- Sim.
- Uma vez?
- Não, ficamos juntos quase um mês.

 Um mês...
Um mês...
Um mês...

 - E você?
- Eu? Eu transei com um cara.
- ...
-...
- A gente só ficou separados três meses e você transou com um cara?
- Sim. Uma vez. Uma ficada. Não um mês.
- Você quer dizer que eu ter ficado com uma menina por um mês, sem ter transado, é pior do que você ter transado com um cara?
- SIM FILHO DA PUTA, É BEM PIOR!
- VOCÊ É UMA PUTA!
 Eu menti. Não tinha transado com o cara, apenas rolou sexo oral, o segundo pau que eu chupei na minha vida. Apenas, quer dizer, eu não acho sexo oral um “apenas”, é muita intimidade. Mas foi isso, sexo oral. Como eu poderia competir? Como eu poderia competir com 30 dias de relacionamento que ele teve com outra? Quis esmurra-lo, tirar sangue, chorar, mentir. Não, na verdade o que eu queria era que ele me fode-se ali, naquele momento, que com raiva e ciúmes ele quisesse me foder melhor do que ele pensasse que o “outro” fez comigo. Como será que ele imaginou que o outro me comeu? Mas ele não imaginou. Eu sim, eu imaginei os 30 dias que ele passou de mão dada com a “outra”, os 30 dias indo ao cinema com ela, bebendo vinho, discutindo sobre filmes, os 30 dias que ele passou escutando com ela a porra do cd que eu gravei e esqueci no carro dele. Eu sim imaginei e disse:
- Ele é melhor de cama que você.
Ele respirou.
Respirou.
Respirou.
Levantou.
E foi embora.

E eu só conseguia pensar: “FILHO DA PUTA, UM MÊS...”.

domingo, 30 de junho de 2013

Sexo a Sexo.

Escrito em 2011, logo depois de ter assistido O Diário de Bridget Jones (mentira!)
Escrito em 2011, logo depois de ter feito sexo. Não LOGO depois, tá, vocês entedenderam...
 Nunca concordei quando me falavam a frase “homem só pensa em sexo”, achava sexista, abrangente demais. Porém depois de alguns acontecimentos na minha vida estou começando a acreditar nessa frase. Não que eu acredite que os homens SÓ pensem em sexo, mas com certeza eles dão um valor totalmente diferente que a mulher. Sexo é importante, muito bom, e outros adjetivos que poderia usar, mas e tudo o que envolve o sexo? Nunca achei que sexo fosse apenas sexo, aquele momento que você tira a roupa e acontece a penetração, tem todo um jogo antes, uma troca, uma conquista, uma abertura(o.k sem piadas pessoal), eu sei, eu sei to falando igual uma mulherzinha. Acho que sim, talvez esteja falando igual mulherzinha, mas por que isso? Por que mulher não consegue encarar sexo igual aos homens? Culpa da indústria cultural que nos vende o romantismo? Da revista Capricho e do seriado Sex and City? É biológico? Não sei... Eu que sempre quis botar banca de moderna, desencanada, eu que odiei o filme “Um amor para Recordar”, logo eu, simplesmente não consigo aceitar isso.
É, isso explica porque os gays fazem mais sexo, são dois homens pensando, ou melhor, não pensando muito só fazendo, acontece com muita mais facilidade.
Não creio que seja ruim um homem conhecer uma mulher se envolver e querer  fazer sexo com ela, é quase natural, mas o que eles são capazes de fazer para conseguir isso? Mentir? Por que para um homem é tão fácil mentir para se conseguir sexo? Não que mulheres não mentem, acho que talvez mintam mais ou tanto quanto homens, mas não para se conseguir sexo. Será jogo de poder? Por que sim, mulher tem o poder de decidir se vai rolar sexo ou não e o homem em desvantagem, usa-se de outros truques, outras armas.

Eu me nego em ser pessimista, falar que homem não presta que é tudo igual. Não quero acreditar nisso, se eles querem sexo comigo, eu quero isso e muito mais e meus queridos, é bom vocês conseguirem “enganar” bem uma mulher com esse “muito mais” por que se não nunca vão tirar suas calcinhas! Pelo menos não a minha. É, eu sei que vocês estão pensando, “essa aí é uma recalcada”, talvez seja, mas só o que consigo pensar é que enquanto eu escrevo isso e você está lendo, nós podiamos estar transando.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

A primeira vez é inesquecível.‏




Lá estava ela, na cama com uma menina.
Ela tentava manter o foco repetindo para ela mesma “não era isso que você queria Beatriz? Ir para cama com uma menina?”.
Será que era?
Beatriz não sabia mais. Só ficava pensando porque diabos falava “ir para cama” ao invés de transar, trepar, qualquer outro sinônimo sobre o assunto.
“Quer merda, como eu sou careta, quer dizer nem tanto, afinal estou semi nua na cama esperando uma menina sair do banheiro para uma relação de coito”
Beatriz não aguentou, teve que rir, quem que fala “relação de coito”? Ela estava muito nervosa.
A porta do banheiro se abriu, Suelen saiu, vestindo apenas uma calcinha e uma blusa regata branca. Beatriz analisou a roupa, sempre tinha imaginado que as lésbicas usavam essa roupa mesmo, regata branca e calcinha, ta aí uma roupa de lésbica para a hora “h”.
“Puta que pariu porque eu to analisando a roupa da mina bem agora?”
- Tá nervosa Bia? – Pergunta Suelen com ironia.
-Nem um pouco baby – responde Beatriz tentando mostrar convicção.
Suelen se aproxima, puxa Beatriz pra perto dela e a beija.
Beatriz tenta relaxar, não pensar muito, apenas sentir. Pensa que é bom estar tendo a sua primeira vez com a Suelen, era ela legal, mesmo se chamando Suelen, afinal Suelen era um nome um pouco cafona, pelo menos era o que a Beatriz achava UUUOOUUU, Beatriz sente a mão da Suelen em lugares nunca antes desbravados pelo gênero feminino, sua mente começa se entorpecer, sente o corpo relaxado..... e vai se deixando levar....
 - E aí Bia, o que achou?
- Achou o quê?
- Ué, fazer sexo com mulher, achou muito diferente de homem?
- Hãn... acho que não...
- Tem certeza? Por que você deve ter sentido diferença sim, pode falar abertamente comigo, nós precisamos conversar mais não é mesmo? O que você sentiu? Aonde você sentiu mais prazer? O que você gostaria de repetir e o que você não quer repetir? Vamos você tem que falar comigo...
- Esquece, agora vi a grande diferença de sexo com homem e com mulher...
- Ah é, qual?
- Homem não fala tanto assim depois do sexo, vamos dormir? Apaguei a luz, beijos, boa à noite.
- ....

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O útero.




Eu tive um professor na faculdade que dizia que o fato de não existir muitas mulheres filosofas e “pensadoras”, era porque a mulher era muito uterina, ou seja, era sempre muito focada em si mesma, nos seus problemas pessoais, no seu mundinho, não virando para enxergar o mundo como um todo e tudo o que faz parte dele. Óbvio que esse meu professor era machista, mas infelizmente preciso concordar um pouco com ele. Não sei dizer se tal fato se explica socialmente, biologicamente ou pela psicanálise, afinal Freud explica tudo, o que posso falar é que ultimamente me sinto assim: uma mulher uterina.
Faz tempo que não consigo escrever um texto sobre política, ou um texto analisando, brincando, detalhando as ironias da vida e do cotidiano, faz tempo que não escrevo um texto leve, sem propósitos, apenas por escrever. Nos últimos tempos só tenho escrito coisas referentes aos meus dilemas, e não são (só) dilemas existenciais e sim dilemas amorosos. É isso, eu me tornei uma mulher uterina no mundo do amor. Quando penso em escrever, só me veem assuntos relacionados ao amor, relacionamentos e todo o pacote incluso de recalque.
Como isso aconteceu?
O fato meu amigo é que eu me apaixonei, aquelas paixões boas de escrever, seja pelas doçuras vividas ou pelo amargo do termino.
Não venho aqui pedir perdão, por mais que me incomode com tal “estilo de escrita” que me domina agora, prefiro aceitar, afinal o que posso fazer? Nada, além de aceitar que tenho um coração e um útero. Graças a Deus.