- Mas e aí, com quantas você transou no tempo que a
gente ficou separados?
- Transar... Com nenhuma...
- Duvido!
- Não, não transei, apenas fiquei...
- Com quantas?
- Uma.
-Uma?
- Sim.
- Uma vez?
- Não, ficamos juntos quase um mês.
Um mês...
Um mês...
Um mês...
- E você?
- Eu? Eu transei com um cara.
- ...
-...
- A gente só ficou separados três meses
e você transou com um cara?
- Sim. Uma vez. Uma ficada. Não um mês.
- Você quer dizer que eu ter ficado com
uma menina por um mês, sem ter transado, é pior do que você ter transado com um
cara?
- SIM FILHO DA PUTA, É BEM PIOR!
- VOCÊ É UMA PUTA!
Eu menti. Não tinha transado com o cara,
apenas rolou sexo oral, o segundo pau que eu chupei na minha vida. Apenas, quer
dizer, eu não acho sexo oral um “apenas”, é muita intimidade. Mas foi isso,
sexo oral. Como eu poderia competir? Como eu poderia competir com 30 dias de
relacionamento que ele teve com outra? Quis esmurra-lo, tirar sangue, chorar,
mentir. Não, na verdade o que eu queria era que ele me fode-se ali, naquele
momento, que com raiva e ciúmes ele quisesse me foder melhor do que ele
pensasse que o “outro” fez comigo. Como será que ele imaginou que o outro me
comeu? Mas ele não imaginou. Eu sim, eu imaginei os 30 dias que ele passou de
mão dada com a “outra”, os 30 dias indo ao cinema com ela, bebendo vinho,
discutindo sobre filmes, os 30 dias que ele passou escutando com ela a porra do
cd que eu gravei e esqueci no carro dele. Eu sim imaginei e disse:
- Ele é melhor de cama que você.
Ele respirou.
Respirou.
Respirou.
Levantou.
E foi embora.
E eu só conseguia pensar: “FILHO DA
PUTA, UM MÊS...”.