quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O útero.




Eu tive um professor na faculdade que dizia que o fato de não existir muitas mulheres filosofas e “pensadoras”, era porque a mulher era muito uterina, ou seja, era sempre muito focada em si mesma, nos seus problemas pessoais, no seu mundinho, não virando para enxergar o mundo como um todo e tudo o que faz parte dele. Óbvio que esse meu professor era machista, mas infelizmente preciso concordar um pouco com ele. Não sei dizer se tal fato se explica socialmente, biologicamente ou pela psicanálise, afinal Freud explica tudo, o que posso falar é que ultimamente me sinto assim: uma mulher uterina.
Faz tempo que não consigo escrever um texto sobre política, ou um texto analisando, brincando, detalhando as ironias da vida e do cotidiano, faz tempo que não escrevo um texto leve, sem propósitos, apenas por escrever. Nos últimos tempos só tenho escrito coisas referentes aos meus dilemas, e não são (só) dilemas existenciais e sim dilemas amorosos. É isso, eu me tornei uma mulher uterina no mundo do amor. Quando penso em escrever, só me veem assuntos relacionados ao amor, relacionamentos e todo o pacote incluso de recalque.
Como isso aconteceu?
O fato meu amigo é que eu me apaixonei, aquelas paixões boas de escrever, seja pelas doçuras vividas ou pelo amargo do termino.
Não venho aqui pedir perdão, por mais que me incomode com tal “estilo de escrita” que me domina agora, prefiro aceitar, afinal o que posso fazer? Nada, além de aceitar que tenho um coração e um útero. Graças a Deus.