quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ei João!

João com a enxada na mão.
João sem terra nem chão.
João encontra a bandeira, filosofia, união.
Vestiu o vermelho, segue o movimento, repete o discurso.
Encontra apoio, um consolo.
Descobre nos outros a antiga desigualdade
Que vem da cidade e cresce no campo
Se espalha em latifúndios
No mundo.


Se João não nem terra nem chão...
E agora João?
Vá pra cidade, ocupe seu espaço.
Porque no campo isso é invasão.
Vá pra cidade construa seu barraco, sem telhado, sem proteção
Porque no campo isso é destruição
Vá pra cidade, assalte, cate, morra
Porque no campo você não é mais o seu lugar.


João, do seu trabalho você não vive mais.
Segue em frente
Segue a música.
Não é mais seu.
É o que resta.
Pega a enxada, invade, ocupa
É a parte que te cabe.
É a parte que lhe couberam.