Vou-me embora do mundo lilás
Lá eu era feliz
Lá minha bochecha doía de tanto rir
Conversas, lembranças
O mundo de esperança.
Em lilás era tudo alternativo
Os maridos, as cores, as funções.
Tudo com sua ordem
Na desordem juvenil
Tinha fantasia,
O dinossauro, a alegria.
Vou-me embora do mundo lilás
E quando estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Lembrar-me-ei da sociedade,
Da amizade
Vou-me embora do mundo lilás
Lá eu tinha paz
O que era lilás
Perdeu-se, descoloriu.
A dor já é amena
Não chorarei
Vou-me embora do mundo lilás
Ser amiga do rei.
[Obrigada Manuel Bandeira].