O sol estava muito forte, sim, era Curitiba e o porquê o sol não poderia estar forte? Afinal as geleiras diminuem a cada ano, e isso ocorre nos pólos e por que não em Curitiba? É claro depois viria um chuvisco e um vento gélido, mas até ai não importa tanto.
Ótima oportunidade para aquele garoto vestir sua camiseta nova do Avenged Sevenfold, ah que frenéticas passadas de guitarra tinham em suas melodias, sim elas se encaixavam perfeitamente nos raios amarelos daquela bola de fogo no céu.
Mas o que não encaixava bem era aquela camiseta, comprou sem prestar atenção, estava na promoção R$ 12,99, mais barata do que a de R$ 17,90 do Nirvana com aquele smile mais batido do que cigarrinhos de chocolate na infância, talvez por causa desses cigarrinhos que esse garoto começou a fumar, ou seria por conta daquele Cowboy da Malboro que cavalgava em meio aos animais, não sei, nem ele sabe, alias ele só sabe que a camisa não está legal.
Ela deveria ser de um tamanho menor, era, “G”, mas nem todas as “G” de todas as fábricas do MUNDO de camisetas são iguais. A caveira da stampa ficava torta, um olho caído, parecia uma caveira depressiva, não combina com a bateria fulminante daquele rock.
Depois de duas ou três olhadas no espelho, nenhuma decisão por hora, droga, precisa mostrar qual a banda do momento que ele está curtindo por essa semana, a saída do sol se anuncia com a chegada de um bando de grossas e cinzas nuvens, é o tempo avança também, ele tira a camisa, coloca uma vermelha com escritas em branco e antes de sair para o agora dia nublado, dá uma última olhada para sua quase vestimenta daquela tarde, o tempo em que ele vai poder dizer pra todo mundo o quanto ele conhece e ouve Avenged Sevenfold, vai chegar... Ah se vai...